É a compilação que melhor representa a carreira de Carlos Paião. No disco 1 inclui "as rápidas" e no disco 2 "as lentas". São 18 temas editados em formato single, 7 temas de "Algarismos", 10 temas de "intervalo" (o disco na sua totalidade), 1 tema com Herman José (Serafim Saudade) e o inedito "Caminhar".
O Carlos Paião tinha tanto talento, tanto talento,
que ainda hoje, vinte cinco anos depois de nos ter deixado, nos confunde
ele não ter sabido administrar melhor esse extraordinário dom. Com
menos talento podia ter feito um grande álbum (que nunca fez), daqueles
que marcam, que definem para sempre um ‘antes’ e um ‘depois’. Podia ter
sido revolucionário – mas não era coisa que lhe interessasse. Podia ter
concentrado a sua atenção em construir ‘um som’, tão inesperado como as
soluções que encontrava para as suas canções – mas preferiu deixar
correr o marfim. Podia ter entrado directo para a ‘História’ com ‘h’
grande – mas parecia não ligar muito para esse ‘número’, talvez porque
receasse encontrá-lo ‘ocupado’. E nem tinha muito ‘ar de Artista’: nem
pose, nem extravagância, nem aparente paixão - ‘…eu não sou poeta, nunca
fui um grande sofredor…’. Talento à parte, o Carlos não tinha sinais
exteriores de talento…
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